A cooperativa de agronegócio Pindorama começou a produzir etanol à base de milho em sua unidade de cana-de-açúcar em Alagoas, tornando-se a primeira usina flex no Norte e Nordeste, ao passo que produtores buscam diversificar o fornecimento de matéria-prima.
O etanol à base de milho está no mercado brasileiro há anos, mas não no Nordeste, onde a maioria dos produtores prioriza a cana-de-açúcar como fonte primária de matéria-prima para a fabricação do biocombustível.
Mas a Cooperativa Pindorama, localizada em Alagoas, começou a processar etanol à base de milho nesta semana, em sua usina em Coruripe, na costa sul do estado, onde já produzia o biocombustível à base de cana-de-açúcar.
A estimativa é que a cooperativa produza 130 m³/d de etanol à base de milho, o que irá complementar sua produção de 500 m³/d do produto à base de cana-de-açúcar. Os investimentos no projeto totalizaram cerca de R$40 milhões.
"Nossa ideia é dobrar esse número [de produção de etanol à base milho] em breve, mas isso vai depender do resultado dessa primeira fase e de mais investimento", disse o presidente da Pindorama, Klécio Santos, à Argus.
Além da produção do biocombustível, a unidade da Pindorama produzirá 145 t/d de WDG (grãos úmidos de destilaria, na sigla em inglês).
Ter infraestrutura já disponível teve um papel instrumental em fazer com que o projeto fosse economicamente viável, de acordo com Santos. "Já tínhamos estrutura de balança, caldeira, vapor, geração de energia e segurança. A expansão da produção para incluir o milho acabou sendo um investimento complementar."
A decisão da Pindorama acontece em um momento no qual o etanol à base de milho está ganhando espaço no mix produtivo do país, como resultado, principalmente, do aumento da capacidade concentrada no Centro-Oeste, particularmente no Mato Grosso e em Goiás.
A produção de etanol à base de grãos também está entrando em mercados não tradicionais, como o Rio Grande do Sul, onde fabricar o biocombustível de somente um tipo de matéria-prima é inviável.
